Alguns que acreditam em astrologia dizem que é por conta do zodíaco que me figura como leonino. Outros dizem que é consequência da minha criação superprotegida pela minha avó. E há quem diga que isso é culpa da adicção.
Não sei, mas seja lá o que for, é realmente um fato.
E ontem quando minha esposa me perguntou se eu tinha certeza se tanta exposição assim me faria bem, eu percebi a necessidade de falar sobre um assunto com que eu ainda tenho que aprender a lidar.
Uma das minhas maiores paixões é a música. Através dela
conquistei muitos amigos, conheci vários lugares, me senti capaz de transcender meus problemas através de minhas letras e idéias. Mas, a mesma música e os ambientes onde ela me levou começaram a oferecer riscos para a minha sobriedade.
Então, sabedor disso, eu tive que fazer uma escolha: continuar a manutenção da minha sobriedade com responsabilidade ou oferecer-me ao risco constante.
Optei pela primeira.
Mas guardo ótimas lembranças dos meus tempos de músico. Meus amigos, as viagens pelo Paraná com o K2, as divertidas noites com a Zero 8, o engajamento político com a King Trip Rasta, o amadurecimento com meu trabalho solo.
Mas ficaram lá atrás.
Hoje, minha ferramenta para expor minhas idéias é meu blog, além de minha própria conduta, é claro. Hoje, prefiro ser o marido atencioso, o pai presente, o trabalhador comum, o adicto em recuperação. Ao menos tento ser... Porém, através de cada trabalho dos meus antigos companheiros, sinto um pouco de mim. É que o fato de eu não estar ativamente ligado ao trabalho não tira de mim a vibração positiva que emano a cada um deles.
Quando ouço Fabio Rodrigues sei exatamente do que ele está falando, pois vivi aquilo também. Quando sinto a energia das canções do Radiola Dub, me transporto para lugares bons. Uma letra, um beat, um sonho, que mesmo não sendo meu me traz a mesma alegria, a mesma satisfação. Aprendi a aceitar minha condição. E hoje busco alternativas saudáveis para continuar fazendo parte disso sem me colocar à prova. Como escrevi em uma de minhas canções: "Minuciosamente ausente, me faço presente".
Estou em cada trabalho desses, assim como cada um desses amigos está em cada palavra digitada nesse blog.
Família, sem sombra de dúvida, é sintonia. E isso ninguém pode tirar de nós!
É isso aí amigos... pro alto e avante!
Só por hoje eu não usei!
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